-Me desculpe!Eu estava distraído…não vi a foto!
-Ah, brasileiro!Tinha que ser!Mal educado pra variar!
-Escuta, dondoca, não sei de que buraco vc saiu e nem entendo qual é a sua surpresa de reconhecer um brasileiro por aqui já que vc pelo que consta tb está falando português.E além do mais eu já pedí desculpas.-João se virou para ir embora, deixando Diana irritada.
-Calma, meu amor…olha eu conheço esse cara…
-Conhece, conhece o quê, Ben!E vc lá conhece alguém fora do país?Nunca saiu do país, sempre foi um pobretão.O que vc pode saber?
-Conheço, conheço sim Diana, ele é o jogador da seleção de handebol…
-Vc tem, tem certeza?
-Claro que tenho!Ele se chama João, isso João!-Ben revelava informações preciosas à Diana, que passou o dia pensando naquele curioso encontro.
Marcos se arrumou como nunca.Um encontro com Rita era tudo o que ele mais sonhara.Aquela menina era um sonho!Desde que a conhecera não pôde mais esquecê-la.Rita era diferente de qualquer garota que ele já tivesse visto na vida.Havia algo nela, que ele não sabia exatamente o quê, que o fazia sentir como se a vida inteira ele tivesse caminhado justamente para a sua direção, vivido até ali só para conhecê-la.Estava pronto!Agora ele teria uma noite com a mulher da sua vida.
E assim, Marcos saiu sorridente, nas nuvens de casa, havia planejado tudo.Passaria numa floricultura, compraria um buquet de flores para ela e rumaria para a pensão para buscá-la.Ao adentrar a floricultura, Marcos se dirigiu à atendente todo feliz e só quando chegou perto notou que ela estava tensa e não estava sozinha:
-Aí, bacana!Vai passando todo o dinheiro senão eu meto chumbo, morô!- a floricultura estava sendo assaltada.Marcos tenta fugir mas o bandido o alcança e lhe acerta a arma na cabeça, derrubando Marcos e em seguida dando-lhe muitos chutes no abdômen.Imediatamente, Marcos se contorcia de dor, a atendente da floricultura gritava e o bandido ora apontava a arma para ela,ora para Marcos.Uma sirene soou distante – era o segurança de uma loja vizinha.Rapidamente, o bandido põe-se a fugir numa louca escapada, deixando Marcos estendido no chão.
-Socorro!Alguém acuda!O moço tá ferido!SOCORRO!-a moça da floricultura gritava, tentando reanimar Marcos.
As horas passavam, já fazia mais de meia hora, e Rita notou que Marcos se atrasara para o encontro.A angústia aumentava a cada instante e ela alternava seu olhar entre o relógio, o telefone e a janela.Então, depois de uma hora ela teve que se conformar e aceitar que ele não vinha mais.Será que ela deveria ligar para a casa dele?Será que aconteceu algum problema?Não, não, se houvesse algum problema ele a avisaria antes de qualquer pessoa…
-Ele não vêm.Essa é a verdade:ele brincou!Só queria me fazer de idiota…mas pra quê?Pra quê me iludir desse jeito?Pra quê?-assim Rita falava ao chorar deitada em sua cama.Toda a sua produção estava desfeita, a maquiagem desfeita com as lágrimas.Rita jurou naquele dia que nunca mais veria Marcos, nunca mais!